De olho na divulgação de fake news durante o período eleitoral, o Ministério Público Federal (MPF) e o Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) do Rio de Janeiro fecharam um acordo de cooperação técnica para o combate às fraudes online. O alvo principal da parceria é disseminação em larga escala de campanhas de desinformação em redes sociais. Na prática, o ITS vai auxiliar o MPF a identificar os chamados “bots”, programas que automatizam perfis na internet e facilitam a propagação de notícias falsas. A iniciativa conta com o apoio da delegação da União Europeia no Brasil.
Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) dá suporte ao MPF para eliminar ação de “bots” no processo eleitoral
A campanha eleitoral ainda nem começou e a preocupação com a disseminação de notícias falsas já toma conta dos órgãos envolvidos em garantir a lisura do pleito. Pensando nisso, o Ministério Público Federal se aliou ao Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) do Rio de Janeiro para planejar ações que impeçam os “bots” (os chamados robôs) de espalhar inverdades em larga escala. A parceria também inclui a criar soluções de tecnologia e análise que contribuam com investigações conduzidas por procuradores no combate à propagação de fake news na internet.
O acordo assegura aos membros do MPF acesso a relatórios exclusivos da ferramenta PegaBot, desenvolvida pelo ITS Rio e pelo Instituto Equidade & Tecnologia, com o apoio da União Europeia. A ferramenta é especializada em “caçar” robôs no Twitter e gera relatórios que analisam perfis suspeitos e suas características automatizadas. Essa mecanismo tem tudo para contribuir com o trabalho de investigação do Ministério Público na avaliação do potencial lesivo de uma campanha de desinformação.
Entre outras vantagens, o sistema permite fácil acesso aos dados gerados pela ferramenta. Os procuradores poderão testar contas de Twitter e receber os relatórios sem intermediação. O PegaBot também produz relatórios públicos, ou seja, de consulta por qualquer cidadão interessado em saber como se dá o uso de robôs nas eleições em seu município. Já está em estudos um mecanismo que integre o PegaBot à ferramenta de denúncias do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Além disso, por meio do convênio, os procuradores terão à disposição cursos de formação, abordando temas como jornalismo, comportamento automatizado e campanhas de fake news. Um grupo de apoio funcionará durante todo o período eleitoral, tirando dúvidas e produzindo conhecimento sobre bots. Todo esse material servirá de base para a elaboração de novas ações, voltadas ao pleito de 2022.