Buscando mais uma estratégia para combater a crescente onda de feminicídios no país, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está lançando a campanha “Cartoons contra a violência”. O objetivo é conscientizar a população sobre o aumento de casos de violência contra a mulher. Em 2022, o número de feminicídios subiu 6,1% em relação ao ano anterior, atingindo a marca de 1.437 casos de mulheres assassinadas. O número de agressões registrou alta de 2,9% sobre 2021. Os índices são ainda mais alarmantes na população negra, já que a cada dez casos de feminicídio, seis vítimas são mulheres negras.
Campanha faz parte da Política Judiciária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres
A campanha “Cartoons contra a violência”, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) faz parte da Política Judiciária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. A violência praticada contra as mulheres está entre as principais causas de morte em todo o mundo e constitui-se em uma das principais formas de violação dos direitos humanos. Estatísticas recentes revelam que esse tipo de violência tem aumentado significativamente no Brasil, o que reflete, diretamente, nos trabalhos do Judiciário brasileiro.
Somente em 2022, ingressaram 640.867 processos de violência doméstica e familiar e/ou feminicídio, com tramitação em varas exclusivas e varas não exclusivas. Desses, 80% trataram da concessão de medidas protetivas de urgência, com 550.620 decisões proferidas. O projeto dos cartoons é uma forma também de cumprir o artigo 8º da Lei Maria da Penha (11.340/2006), no que se refere à promoção e à realização de campanhas educativas de prevenção da violência doméstica e familiar contra a mulher.
A campanha foi criada pela Leo Burnett TM, com apoio da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP), sem custos aos cofres públicos. Além dos cartoons, o site do projeto traz informações de utilidade pública, como os canais de denúncia e a legislação sobre o tema. Ao tratar a arte como um canal para repensar questões sociais, cartunistas de todo o país foram convidadas a questionar comportamentos, abordando as diversas formas de violência contra a mulher, que vai além da doméstica, chegando ao ambiente de trabalho e social.
O projeto será encerrado no Dia Internacional de Combate à Violência Contra as Mulheres (25/11).